Yayoi Kusama & Louis Vuitton

A artista japonesa Yayoi Kusama andou a desenhar para a Louis Vuitton e eu não gosto disto. Com a coleção especial, Londres inaugurou uma concept store no Selfridges e aí é que os meus olhos ficaram em bico de tanta polka dot. Não sou fã da LV, pelas proporções comerciais que foi alcançando ao longo do tempo, longe da sua essência viajante com que imagino um Chá no Deserto de Bertolucci.

Ver a alucinação pop e repetitiva escarrapachada em acessórios e trapos a magote faz-me muita impressão. Aquilo que me fez voar o poder da sensação, numa exposição em Madrid, faz-me fugir  como o diabo da cruz, quando vejo a arte de uma mulher genial para o seu tempo, sugeita à compulsividade comercial. Tudo porque para mim, tudo o que é sagrado tem o seu espaço puro, intocado da poluição do mundo, que tantas vezes  insiste em criar necessidades desnecessárias, a muitos que deambulam sem se quer questionar o mais profundo da sua essência. Sei que a senhora tem 86 anos e imortaliza assim as suas polkas, mas na minha opinião, não havia necessidade, não concordam?