I wander around the city and its escapes, discovering the experiences that are worthwhile in a world full of noise.
As a curator of the best of Portugal and sometimes as a World traveller, with more than twenty years of articles published, in the national and international press, and also as an TV Show. author, this is my digital magazine, where I present my curated collection of exquisite life experiences.

Sancha Trindade

A partir das Avenidas Novas, o Velocité Café está surpreender os viajantes da cidade. O que andam de bicicleta, mas também os que não andam.

O ambiente é descontraído e lembra-me os dias em que vivi em Amesterdão. A moda está a pegar e a ciclovia que atravessa a Duque D’Avila ilustra bem a quantidade de ciclistas que resolveram trocar o carro pelo transporte a pedais. Impensável há uns anos, parece que as bicicletas vieram para ficar. E o Velocité Café escolheu esta avenida por apanhar uma parte da cidade onde – por ser plana – apanha mais ciclistas.

Parte bike shop (é oficina e vendem as bicicletas em exposição), parte café, a ideia surge visionária a uma Lisboa que já tomou como garantida esta moda. ‘As bicicletas são o futuro’ é a frase que mais ouvi na ultima semana. Com ou sem colinas, elas consolidam-se como cada vez mais populares. A crise ajuda a pedalar e pedalar ajuda a crise. Na hora da verdade, não há dúvidas: ecológica e não poluente, contribuem para um postal mais bonito.

Que o digam os sócios João Camolas (assessor de imprensa do gabinete do Sá Fernandes) e Maria João Baeta (empresária de brinquedos), também eles ciclistas: João pedala do Lumiar até ao Terreiro do Paço e Maria João chega todos os dias de Campo de Ourique. O Frederico, sempre ativo no balcão, também é ciclista e a conclusão surge simples. Ser ciclista nos dias que correm, mais do que um sinal de inteligência, é um culto e um elogio ao bem viver numa cidade.

A ementa tem a consultoria de Miguel Costa, do Clube dos Jornalistas, que apostou em originalidade saudável. Provei o Prego em Bolo do Caco. Mas há sopas (Creme de miolo de curgete com quenelle de espinafre e requeijão; Creme de cenoura servido com aipo e esparguete de cenoura; e Sopa de coração-de-boi e gengibre), e saladas (a Outono está a chegar com pêra, chèvre e nozes; a Mista Especial com migas de bacalhau com farelos de broa salteados em azeite e alho, ou a Salada do Campo de frango e cogumelos salteados).

Nas sanduíches, pasta de frango, atum ou panado, sempre acompanhadas de muito verde em forma de folhas. Ainda os hambúrgueres Velo, simples, com molho de cogumelos e espinafres salteados ou com queijo gorgonzola ou enrolado em presunto azeitona.

Nos petiscos, há enchidos portugueses – como o chouriço ou a morcela salteada –, e ainda Almondegas de coelho com molho thai e amendoim, Sagancho de atum em molho de vinho branco ou Borrego com esparguete.

Também há pastelaria para iguarias matinais e, não sendo o melhor da carta, a visita de uma Lisboa em mudança é obrigatória. Para os mais gulosos, aconselha-se a tosta de broa com pasta de chouriço e o bolo de chocolate com o nome ‘o melhor da avenida’. Provei – era bom; se é o melhor da Avenida não sei, mas que este café dá muitos pontos a Lisboa, lá isso dá.

crónica Saída de Emergência publicada na Vogue online a 27 de Setembro de 2012

Vélocité Café
Av. Duque D’Avila, 120 Lisboa
Tel. 213 545 252
www.velocitecafe.com
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