Sushi no Bar do Ritz, A importância dos clássicos

Os já famosos almoços de sushi do Bar do Ritz estendem-se agora à hora de jantar, numa das moradas que considero ser uma das mais sagradas de Lisboa.

Nunca me questiono sobre a importância dos clássicos. E no que toca ao Ritz Four Seasons não tenho dúvidas que é um dos mais constantes a acompanhar o pulsar da cidade. A respiração intemporal de um endereço que amadurece ao lado de Lisboa, enquanto vos escrevo estas palavras. Na companhia de muitas caras do mundo e de encontros de negócios, há ainda o piano que invade de sonho a atmosfera do bar carismático do Hotel.

As quintas e sextas-feiras oferecem agora o sushi no Ritz, com o dom do talento do chef António Moniz, que chegou do desaparecido Aya. Na qualidade que o falecido restaurante sempre nos habituou, sorrio com a troca da morada, já que a ideia de um dos melhores sushis da cidade ser nas Twin Towers sempre foi, para mim, uma incongruência de Lisboa. Associar o charme da arquitetura e de nomes icónicos da capital à restauração de excelência é o maior cartão de visita.

No privilégio do Bar do Ritz, o ambiente acolhedor e artístico, conseguido pela criatividade sempre clássica de Pedro Leitão, acolheu o piano que habitava a sua casa, e autografado por artistas portugueses e do mundo,que foca agora a extensão do bar e do chão a cores de sangue.

Na escolhas da carta de sushi que é feito em plena área do bar, os temakis ganham destaque em três opções. Tekka Maki, Saké maki, Urumaki, Sushi Take, Tataki, Mirim e Saké são rematados comuma seleção de Sushi Sashimi. O serviço é extraordinário, como sempre, e nas iguarias além-nipónicas destaco as bonitas e saborosas batatas fritas violeta de Pomme de terre Vitelotte de Provença e o café da Nespresso, sempre bem acompanhado de uma bolachas caseiras.

Tão mais importante que a qualidade inquestionável da escola de referência que é a Four Seasons, é a importância de quem faz acontecer este recanto de Lisboa – uma regra que escolho sempre que quero entrevistar alguém. O nome ‘Ricardo’ é imprescindível à orquestra de uma equipa que se movimenta como veludo, silenciosa, e que, ao som do piano tocado no Salão Almada Negreiros, se entende ao perfume dos arranjos florais extasiantes de Martins Alves.

Na unicidade de um sushi que, pela morada, dispensa mais linhas ou apresentações, assim se oferece a Lisboa um dos melhores sushis que podemos descobrir na cidade. Uma cidade que, neste hotel, se torna sempre magnânima e intemporal.

crónica publicada a 26 de Abril de 2012 na Vogue