I wander around the city and its escapes, discovering the experiences that are worthwhile in a world full of noise.
As a curator of the best of Portugal and sometimes as a World traveller, with more than twenty years of articles published, in the national and international press, and also as an TV Show. author, this is my digital magazine, where I present my curated collection of exquisite life experiences.

Sancha Trindade

serei sempre contra Centros Comerciais, mas

mas esta notícia vale bem a pena. Quem me segue já sabe a minha opinião: sou e sempre serei contra as superfícies comerciais e quando lhe dão nome de ‘shopping’ ainda mais peluda fico. Desculpem o vernáculo, mas é mesmo ‘peluda’ a metáfora, tipo gata de pelo iriçado e com ar que de poucos amigos. Somos um país abençoado com o melhor, o mais ameno, o mais delicioso clima da Europa e abrimos centros comerciais como quem abre cafés.

Sabem bem que sou positiva e construtiva, mas não aceito sequer a desculpa que emprega muita gente. Para mim ilude uma população ao consumo desenfreado, já para não falar do impacto de quem lá trabalha, sem ver a luz do Sol, os sorrisos que serão sempre mais luminos nas ruas das nossas cidades.

Depois de ter vivido três anos na fria e chuvosa Amesterdão – onde não existe nem há espaço para tamanha aberração daquilo que defendo que é o meu sentido de cidade – onde a partilha e a mistura dos seus habitantes é feita ao ar livre.

Aproveito para vos confessar um sonho: adorava que o Sr. Belmiro de Azevedo, rei dos ‘shoppings’ de Portugal um dia patrocinasse pelo menos uma das muitas ideias que tenho para revitalizar o comércio tradicional. Assim tipo ‘o que é que precisas?’  Muita. Muita coisa. :-) Não tenho nada contra o Sr. Belmiro, a não ser o seu contributo para uma população menos humanizada e iludida ao consumo exagerado e não necessário à felicidade dos seres humanos. Preferia ter lojas de rua até à meia-noite.

Se uso os centros comerciais? Por vezes vou às Amoreiras e ao Colombo ao Toys’R Us – a ultima vez para comprar os sete anões para uma das minhas sobrinha  –  sempre que quero poupar a ida a Cascais. Mas não vou feliz e lamento o incómodo, a quem não concordar, mas fui uma criança do Monumental e do Cinema São Jorge, da Perfumaria da Moda e da Pastelaria Ferrari do ardido Chiado e sempre que entro num desses centros saio com menos energia. Faz sentido para alguém?

Preferências e visões de cidades humanas à parte, o chef José Avillez estendeu um projecto que muito admiro, desta vez com abertura no Amoreiras Plaza e no Arrábida Shopping no Porto. A Empadaria é um toque de Midas, como o chefe sempre me habituou.  No meio de tanta fast food sem nenhuma relevância para a marca Portugal (o ‘thai’ não polui entre tanta alheira e vitela) aqui deixo a  minha homenagem, a um construtor desta cidade com quem me identifico. Tal como eu, o Zé é daqueles loucos deliciosos que está sempre a pensar ‘na próxima’.  Porque já fez muito pela nossa marca enquanto país e precisamos que continue… espero que não se reforme aos quarentas anos, como um dia me segredou numa entrevista.

E por falar em próximas, Zé não queres abrir um quiosque Empadaria na Avenida da Liberdade e duas lojas de rua ? Uma em Lisboa e outra no Porto? Assim ‘como quem abre cafés’? ;-)

para quem não conhece esta lufada de ar fresco, nas catedrais de betão, clique aqui e aqui.