I wander around the city and its escapes, discovering the experiences that are worthwhile in a world full of noise.
As a curator of the best of Portugal and sometimes as a World traveller, with more than twenty years of articles published, in the national and international press, and also as an TV Show. author, this is my digital magazine, where I present my curated collection of exquisite life experiences.

Sancha Trindade

Quem pedala, não está contente com a Avenida

Partilho este artigo do Ricardo Garcia do Público que reflete o descontentamento dos ciclistas relativamente à Avenida da Liberdade. Ciclistas da cidade, façam o favor de comentar.

Duas associações de utilizadores de bicicletas dizem que misturar um corredor bus com uma faixa ciclável é um perigo e pode levar a acidentes graves. Câmara de Lisboa diz que não há incompatibilidade
Pela primeira vez na sua história recente, a Avenida da Liberdade, o mais emblemático eixo viário de Lisboa, tem uma faixa para bicicletas. Mas os ciclistas não estão satisfeitos e dizem que a solução adoptada pela Câmara Municipal de Lisboa é perigosa. “Está para acontecer ali um acidente grave”, alerta João Barreto, da MUBi – Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta.

O que está em causa é a forma como os ciclistas foram contemplados no rearranjo viário da Avenida da Liberdade, em vigor desde 16 de Setembro. Um dos principais problemas, segundo Barreto, é o facto de se terem colocado as bicicletas numa faixa estreita, junto ao corredor bus, sem qualquer separação física. Os ciclistas, que circulam a 15 quilómetros por hora (km/h), convivem lado a lado com veículos que andam a 50 km/h e que os ultrapassam em tangentes de poucos centímetros.

“Está muito mal feito tecnicamente”, afirma João Barreto. Para a MUBi, esta configuração gera graves riscos de segurança, não permitindo margem para desvios inesperados, seja das bicicletas, seja dos automóveis. Uma colisão com tal diferença de velocidades pode ser letal, segundo a associação.
Outro perigo, sustenta a MUBi, está no chamado “gancho à direita” – a viragem dos carros que estão na Avenida da Liberdade, cruzando a faixa bus. Preocupados antes com os autocarros e táxis, os condutores poderão não ver as bicicletas, alerta João Barreto.

Para minorar este risco, seria necessário ajustar os semáforos para um funcionamento em várias fases. Mas a solução ideal, segundo João Barreto, é outra: colocar os ciclistas nas vias laterais, onde estão agora proibidos de andar. João Barreto argumenta que ali os carros circulam a baixa velocidade e seria até possível criar uma faixa ciclável em contra-sentido. “É o sítio natural para se andar de bicicleta”, diz.

A Câmara de Lisboa chegou a cogitar esta hipótese. O vereador Fernando Nunes da Silva, responsável pela área da mobilidade, concordava com a ideia da utilização da via lateral, mas diz que ela foi rejeitada por outra associação, a Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores da Bicicleta. “É um problema entre duas associações”, afirma o vereador.

Seja como for, Nunes da Silva assegura que não há incompatibilidade entre uma faixa para bicicletas e um corredor bus, lado a lado, e diz que esta é uma solução já utilizada em vários países. “Se é compatível em todo o mundo, por que é que não seria compatível em Portugal?”, indaga.

A própria Federação Portuguesa de Cicloturismo rejeita, no entanto, a solução que acabou por ser adoptada, dizendo que ela se afasta da que a organização tinha proposto. “No corredor central, é necessário um corredor segregado para as bicicletas”, afirma Miguel Barroso, membro do conselho consultivo da federação, para a área da mobilidade sustentável.
Tal como está, sem qualquer separação física entre bicicletas e os demais veículos, a ciclovia inspira na federação o mesmo tipo de receios do que os manifestados pela MUBi. “Concordamos que a solução actual não funciona”, diz Barroso, citando os riscos de colisão e do “gancho à direita”, e acrescentando outro: “O piso está numa condição péssima”.
Passar os ciclistas para as vias laterais, segundo a federação, só faria sentido se houvesse condições de segurança. Andar junto a carros estacionados – que podem abrir uma porta a qualquer momento – ou a cargas e descargas cria mais riscos do que benefícios. “É uma situação muito perigosa”, afirma Miguel Barroso.

Menos trânsito no primeiro mês
Câmara diz que modificações estão a funcionar
As modificações na Avenida da República e na Rotunda do Marquês de Pombal estão a funcionar, segundo uma avaliação da Câmara de Lisboa apresentada na sexta-feira a comerciantes, empresas, associações e cidadãos. O volume de tráfego na hora de ponta, medido no primeiro mês das novas medidas, caiu para 1200 automóveis, contra 1500 em 2011, segundo informação da autarquia. Os dados apresentados mostram que a tendência de queda de tráfego na avenida vem já desde 2005. A poluição do ar, em concentração de partículas, também caiu no último mês. A informação disponibilizada na Internet pela câmara não esclarece se outros factores, além do trânsito, podem também ter contribuído.

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