De todas as vezes que visito Paris, não há momento em que não agradeça aos céus a clarividência do general alemão Dietrich von Choltitz, perante a intervenção de Raoul Nordling. Como comandante oficial da fortaleza de Paris, von Choltitz tinha ordens expressas de Hitler destruir Paris e os os seus principais monumentos históricos e transformar a lindíssima cidade “num monte de ruínas”, antes de cair nas mãos do Aliados.
Dietrich von Choltitz arriscou a segurança da sua família, já que quem desobedecesse às ordens seria pressionado pela responsabilidade parental definida pelo comando alemão. Ao Führer disse ter colocado toneladas de explosivos na Notre-Dame, Louvre, Torre Eiffel e nos Invalides e deu ordens para não o se usar artilharia dentro da cidade. Consciente da derrota poupou Paris da destruição desnecessária à beleza do mundo.
Para a semana chega às salas de cinema Os Caçadores de Obras de Arte que com George Clooney, Matt Damon e Cate Blanchett conta num improvável pelotão da Segunda Guerra Mundial, enviado para a Alemanha a fim de resgatar grandes obras de arte de ladrões nazis e devolvê-las aos seus legítimos proprietários. Mas o filme de que vos falo é o Diplomatie do alemão Volker Schlöndorff que relata a noite de Agosto de 1944 quando as tropas aliadas a aproximavam-se da capital francesa, ainda em posse dos alemães. Niels Arestrup interpreta Choltitz e André Dussollier interpreta Raoul Nordling, o diplomata sueco fulcral para a decisão do general von Choltitz, promete.
Já estreado no Festival de Berlim, em breve uma fita a não perder.