Conheci a Mami (Maria Miguel) numa festa da Time Out em Lisboa, curiosamente no Palácio Belmonte onde lancei esta plataforma. Irreverente e com algodão doce por perto, a Mami é uma mulher portuguesa invulgar. Com pinta para dar e vender, move-se com rasgo irreverente e sorriso de parar o trânsito. Não é possível passar despercebida, nem à sua vivacidade nem a energia de movimento que partilha com cada rua que passa. Conheci esta princesa de Lisboa quando orquestrava conteúdos da le Cool, plataforma online que desde a sua partida nunca mais foi a mesa.
A Mami é uma Arqueolojista, e é normal que não reconheça de imediato a profissão, mas o conceito ‘arqueologista’ foi inventado por esta ‘flâneur’ do nosso património. Fundadora de “um site dedicado às lojas-avós, também chamadas ‘antigas’. Aqui se descobrem sítios que já vestiram janotas e madames mas também aqui se encontram as tascas para grandes patuscadas, tabernas para a boa da pândega, românticas floristas, cheirosas drogarias, curiosas tabacarias, luvarias, retrosarias, livrarias, leitarias e barbearias do tempo em que a Wikipédia era o Borda d’Água. Todas as semanas há belas e castiças descobertas arqueolojicas, para mostrar que nem tudo o que luz é novo, pelo contrário.” Tudo isto me parece muito obvio, mas eu sou filha de um alfarrabista e todos os dias a cidade destrói património logístico irrecuperável, a partir do momento que alguém sem cultura ou mundo decide destruir.
Depois de ver a Arqueolojista no Dinheiro Vivo, tinha de partilhar a importância deste trabalho para a nossa cidade. O meu Pai passou-me uma enorme herança do sentido de preservação do património que fez ter este sentimento de legado a proteger. Por isso venho agradecer -lhe a paixão e a qualidade que sinto no seu trabalho. E que lhe dá um enorme gozo, ninguém duvida, mas estamos perante um serviço público à cidade, por isso muito obrigada Mami pela importância que tens na preservação da nossa querida Lisboa
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