I wander around the city and its escapes, discovering the experiences that are worthwhile in a world full of noise.
As a curator of the best of Portugal and sometimes as a World traveller, with more than twenty years of articles published, in the national and international press, and also as an TV Show. author, this is my digital magazine, where I present my curated collection of exquisite life experiences.

Sancha Trindade

Lusofonia e Portugal na Monocle deste mês

Tive de defender território para conseguir uma na Fnac do Chiado, já que a edição número 57 da Monocle é dedicada à ‘geração lusofonia’. Sopa dos pobres, sete cães a um osso, e tudo o que possam imaginar de vernáculo, para agarrar uma. Na fila muita gente que como eu tem sede de ver Portugal com mais luz aos olhos do mundo. Leitores assíduos ou não, que como eu acreditam muito, no melhor lado do sentido de Portugal

Steve Bloomfield, o editor de assuntos estrangeiros comunicou que “Sentimos que o mundo lusófono é muitas vezes ignorado pelos outros e era altura de alguém reparar (…) países que estão a crescer economicamente e onde estão a acontecer coisas fantásticas”. Acrescenta ainda como uma lufada de ar fresco “tudo apesar dos problemas económicos sérios que Portugal atravessa”.

“Está na hora do resto do mundo começar a aprender um pouco de português.” é a frase com que Steve Bloomfield remata o editorial. Ao todo, cerca de 250 páginas enaltece a lusofonia, que conta com 250 milhões de lusófanos no mundo. A revista observa  Lisboa, o Porto, o estuário do rio Sado e Coruche, com a família Amorim e a maior indústria corticeira do mundo. Ainda Álvaro Siza Vieira que fala da arquitectura nacional , uma área em que Portugal dá muitas cartas altas.

Na geração lusófona em movimento encontrei ao lado de Alexandra Lucas Coelho (uma das mais luminosas jornalistas da nossa praça e que tanto sigo e admiro), o meu querido amigo Hugo Gonçalves (de quem tenho muitas saudades) e que abraçou o Rio de Janeiro com a missão de levar a literatura de Portugal mais longe, ambos numa lista das 20 pessoas ou entidades culturais da lusofonia que mais inspiram a Monocle.

A Comporta consegue 4 páginas, plenas de fotografias (e confesso que ao observar algumas fotos voltei a sonhar que bom seria viver no meu país sem estores exteriores e varandas ‘marquizadas’) com direito ao exotismo lusitano da Cristina Bravo. Páginas para descobrir o meu Portugal mais sonhado, salvo do cimento.

A cereja no fim do bolo chegou-me pelas páginas que falam dos meus queridos Açores, lugar maravilhoso com direito a grande destaque no post antes deste. Escrever sobre os Açores é um crime sem imagem, mas prefiro olhar para o lado mais positivo. São muitas páginas que iluminam o nome de Portugal no mundo, e só por isso vale a corrida à banca de jornais. Para devorar já este fim-de-semana.