I wander around the city and its escapes, discovering the experiences that are worthwhile in a world full of noise.
As a curator of the best of Portugal and sometimes as a World traveller, with more than twenty years of articles published, in the national and international press, and also as an TV Show. author, this is my digital magazine, where I present my curated collection of exquisite life experiences.

Sancha Trindade

Lisboa do improviso ao mistério, na Saber Viver

Conheça a Lisboa de Sancha Trindade, consultora e autora do site acidadenapontadosdedos, uma apaixonada confessa da capital portuguesa.

artigo publicado por Rita Caetano na edição de Setembro de  2012, na Saber Viver

Lisboa tem muitos rostos, desde as colinas à luz, passando pelo rio e monumentos, terminando no fado e na literatura, sem esquecer os azulejos que adornam muitos edifícios da cidade. E são eles, todos juntos, que enfeitiçam quem por cá passa e a tornam numa cidade singular. «Lisboa é única porque não é previsível e atualmente está numa fase de grande borbulhar. Nos últimos dez anos, a cidade tem sabido crescer e nota-se uma revitalização das nossas tradições», afirma Sancha Trindade, uma eterna apaixonada por Lisboa, uma «miúda do Chiado», como gosta de dizer, que assumiu como missão de vida «mostrar o que de bom se faz nesta cidade e contribuir para que seja cada vez melhor».

Para a consultora, Lisboa é misteriosa, tem qualidade de vida e proporciona uma transversalidade de experiências únicas que não se consegue ter noutras cidades europeias. «Temos história, somos uma galeria de arte urbana, temos a praia a poucos quilómetros e um aeroporto dentro da cidade. Temos um chão único, o fado, uma luz ímpar e uma poesia popular difícil de encontrar noutro local», enumera com orgulho.

Para sentir o pulsar da cidade das sete colinas, é preciso perder-se nas ruas e vielas dos vários bairros, passear à beira Tejo, entrar nos monumentos e deixar-se tentar pelos mistérios que a envolvem. Quando questionada sobre os locais imperdíveis de Lisboa, Sancha Trindade não tem dúvidas: «O eixo Chiado, Príncipe Real e Avenida são obrigatórios, bem como Alfama e Belém, mas a próxima página da cidade escreve-se na Mouraria. É neste bairro que a cidade vai borbulhar nos próximos tempos, por isso, aconselho a que a comecem a desbravar». Comece pelo renovado Martim Moniz e suba até ao Castelo e conheça uma Lisboa, cada vez mais, multicultural.

Regresso dos pregões
Este é um dos projetos que Sancha Trindade tem em mãos e que já sugeriu ao Orçamento Participativo da Câmara Municipal de Lisboa. «Gostava que pelos bairros lisboetas se voltassem a ouvir os pregões de outrora, por exemplo ao sábado de manhã, com a ajuda de idosos e de alunos de escolas de teatro», diz. A razão é simples: «O pregão pressupõe um contacto humano e é um símbolo do comércio tradicional e seria importante para a vida de bairro e para as pessoas viverem mais a rua».

A paixão por Lisboa
Formou-se em história de arte, mas a sua inquietude permanente levou-a a outros caminhos.Viveu em Amesterdão e Atenas e, pelo caminho, criou uma marca de design cultural. No regresso a Portugal, dedicou-se a Lisboa e criou o blog Lisboa na Ponta dos Dedos. Escreve para vários meios de comunicação e, recentemente, o blog deu lugar a um site. Como surgiu o site acidadenapontadosdedos.com?

O blog não era suficiente para dar resposta à cidade e, numa fase em que Portugal está a definir a sua autoestima, achei que era muito importante não só falar de Lisboa, que é uma paixão, como abrir-me a outros mundos, com o Porto pelo meio. E porque lhe deu o nome Plataforma Atlântica? Plataforma porque as estações fascinam-me e têm muito a ver com o lado humano que coloco no site, que pretendo que seja um ponto de encontro de pessoas.

Atlântica porque Lisboa e Porto não podem ser desassociadas dos seus rios e de serem uma entrada da Europa. De onde vem esse amor por Lisboa? Sou uma miúda do Chiado antigo e em casa sempre vivi a ideia de cidade postal. O meu pai, uma pessoa ligada aos livros antigos, sempre me deu muito sentido de história e perseverança.

Isto ligado ao lado estético da minha mãe, fez-me apaixonar por esta cidade e, desde cedo, senti que tenho uma missão: focar o que tem de bom. O que gostava de ver em Lisboa no futuro? Gostava que fosse possível subir a pé do Parque Mayer ao Príncipe Real, atravessando o Jardim Botânico, que a beira-rio fosse mais recreativa e de ver o Cais da Ribeira arrumado.

Boas Compras
Espaço B «pela irreverência com que junta moda, design e artigos de lifestyle» República das Flores «porque vende
flores fora de horas» Chapelaria Azevedo e Luvaria Ulisses «lojas tradicionais onde gosto sempre de ir» Vida Portuguesa «importante para a marca Portugal.

Onde Comer 
The Decadente «pelo preço-qualidade e ideia do mundo». Pharmacia «pelos sabores portugueses personalizados». Sushicafé Avenida «porque é o melhor sushi de Lisboa». Taberna Moderna, «cujo proprietário é um galego apaixonado por Lisboa».

Martim Moniz
«Porque é um melting pot,onde podemos comer uma pita de porco preto, seguida de um chá chinês ou um ceviche peruano e o pé de moleque africano.»

Arte alfacinha
«Lisboa é uma galeria urbana a céu aberto, mas também aconselho a visita ao Mude, à Gulbenkian e ao seu jardim e ao Museu.»

Bares e esplanadas
«O Le Chat, em Santos, pela qualidade; o Sky Bar, no Hotel Tivoli, que tem o melhor prego em bolo do caco, e o Quiosque de Refresco do Princípe Real.»

Praça do Comércio
«Finalmente, temos uma praça com esplanadas, com restaurantes diferentes entre si, dos quais destaco o
Populi, onde comi o melhor polvo de Lisboa.»