I wander around the city and its escapes, discovering the experiences that are worthwhile in a world full of noise.
As a curator of the best of Portugal and sometimes as a World traveller, with more than twenty years of articles published, in the national and international press, and also as an TV Show. author, this is my digital magazine, where I present my curated collection of exquisite life experiences.

Sancha Trindade

há beijos que marcam?

Com cerca de cinco mil anos de história, aponta a história que teriam sido as mulheres da antiga Mesopotâmia como as possíveis inventoras do batom, feito a partir de pó de joias semi-preciosas. Também as mulheres da Civilização do Vale do Indo, na Ásia Meridional, coloriam a boca com uma pigmentação vermelha. As egípcias usavam um corante feito a partir de algas marinhas, iodo e bromo, ficando conhecido na época como ‘o beijo da morte’, pelo uso de ácidos que não seriam muito amigos da saúde.

A Cleópatra usava besouros carmim do México, que tinham um pigmento vermelho vivo que esmagados com ovos de formigae escamas de peixe davam o efeito brilhante e já no século XVI pelas tendências da rainha Elizabeth I começou-se a usar batom em contraste com o pó de arroz. No século XVIII, no Japão, as gueishas esmagavam pétalas de açafrão para criar batons e no final do séc. XIX a Guerlain começou a desenvolver o produto e em 1884, o primeiro batom tal como o conhecemos, era embrulhado em papel de seda feito com sebo de veado, óleo de mamona e cera de abelha e posto à venda nas perfumarias parisienses.

Com o impacto do cinema nas décadas de 20 e 30, Elizabeth Arden e Estée Lauder começaram a vender batons vermelhos e logo depois a indústria americana. No anos quarenta e com a magia das pin-ups e a segunda guerra mundial, o batom vermelho alastrou-se pela produção mundial, onde se inventou a embalagem push-up como a conhecemos hoje.

As imagens revelam mulheres que de alguma maneira me parecem ter alguma luz especial e sobre o batom – que também elas algum dia usaram – sabem que sou uma M.A.C.iana convicta e dispenso embalagens douradas, mas descobri o Rouge Pur Couture  da YSL e estou rendida ao aroma, mas sobretudo ao veludo da textura.

A imagem de desejo que escolhi para o cabeçalho deste post imortaliza uma das minhas fitas preferidas. Solveig Dommartin, na pele da alada Marion, referencia uma das minhas frases sagradas da história do cinema, dimensão onde a cor poderosa ao longo da história da sétima arte deixou a sua marca.