Ando há dias a prometer a entrada na Embaixada, a nova princesa do Príncipe Real, é verdade. O projeto é tão intenso que só hoje decidi que o iria partilhar em vários posts. São tantas sensações e salas cheias de objetos apetecíveis, que acho um desperdício despachar num único lançamento de dados.
Lisboa esteve ao rubro na noite da sua abertura. Eu que o diga que a caminho consegui deixar uma havaiana num táxi. Qual cinderela Lisboeta se lembraria de trocar os rasos pelos de salto, esquecendo-se de uma chanata palmilhante de calçadas? E não não eram de cristal mas uma delas tinha um brilhante e foi logo a que ficou a bordo da abóbora de tejadinho verde anos cinquenta. Quem me acompanhou confirmou que o fim de tarde, mais parecia uma cena da série que subiu à cabeça das mulheres há uns anos atrás. E se apanhei um táxi em Lisboa quando cheguei à Embaixada senti-me em Nova Iorque. Criatividade e uma casa cheia de gente ávida de encontro, mas sobretudo de mundo.
Assim cheguei ao Palacete Ribeiro da Cunha, construído no Séc. XIX em estilo neo-árabe e que tem o privilégio de abraçar um hectare de jardim, com vista sobre o lindíssimo (e tão desperdiçado) Jardim Botânico. O Palacete tem uma área de construção de 2.500m² em quatro pisos, tem duas entradas independentes, um pátio interior de inspiração árabe, escadarias, frescos, vitrais e lareiras em arte nova, que já conhecíamos da festa da Time Out ou das poucas aberturas que apenas aconteceram para eventos pontuais.
Este novo projecto lisboeta tem como objectivo ser um dos pontos de referência no itinerário de compras, vida e cultura da capital, distinguindo-se pelas suas salas únicas, integrados num dos edifícios mais emblemáticos do Príncipe Real e que serviu, até há pouco tempo, de cenário da série francesa de grande sucesso do Canal Plus, a Maison Close.
Promovido pela Eastbanc Portugal, o projeto abre o Palacete com um restaurante e lojas (algumas conhecidas na cidade) como a Amélie au Théâtre, Shoes Closet, Moleskine, Storytailors, Urze, VLA Records, Organii Bebé, Organii Cosmética Biológica, Linkstore, Restaurante Le Jardin, O da Joana/Sal/Menina e Moça/ Paez (estas quatro numa única sala), Pavão, Intemporal, Temporary Brand ou a Boa Safra. Mas sobre elas irei falar num futuro próximo.
O conceito é inovador já que além de todas as lojas, o espaço conta também com eventos culturais e exposições temporárias de artistas, como o exemplo das obras de José de Guimarães que transpiram nas paredes do patio. Mas o mais importante de tudo, os muitos encontros entre viajantes da cidade, não fosse a missão desta Embaixada o ‘let’s meet’.
Como se sabe o Eastbanc especializou-se na transformação de edifícios históricos em propriedades exclusivas. É uma dádiva termos a vontade de Anthony Lanier em investir em Lisboa, já que esta sua empresa especializa-se no crescimento a longo prazo de activos comerciais e residenciais, com arquitetura moderna e respeito pelo carácter no bairro e seu ambiente. O nosso bairro real merece esta iniciativa que se insere no âmbito do Príncipe Real Project, e que adquiriu até à data cerca de 20 edifícios, grande parte deles palácios dos finais do século XIX, totalizando um investimento atual de quase 50 milhões de euros, o que é obra.
Para já agradeço este novo projecto, vital para Lisboa continuar a arregaçar as mangas em tempos em que as notas verdes mais parecem folhas de jardim. Mas já me conhecem, eu sou das que acho que as crises também nos dão oportunidades e ver uma cidade associada assim é uma inspiração. Uma inspiração para continuarmos a acreditar que vivemos numa das melhores e mais bonitas cidades do mundo. Nunca tive dúvidas. ;-)
Embaixada
Palacete Ribeiro da Cunha
Praça do Príncipe Real, nº 26, 1250-184 Lisboa
Tel. 213 404 150
Lojas das 12h às 20h
Restaurante Le Jardin das 12h às 02h