Sempre que descemos a Rua Garret passou a ser normal ficarmos parados no transito dos viajantes da cidade à espera de ver os imaculados doces da Alcoa. Sim doces e que doces. Se está a preparar-se para o Verão esta é mesmo uma grande provocação, uma montra de babar, salvo o vernáculo, que apresenta uma família de doces que vai desde a Pastéis de Nata quentinhos, aos imperdíveis Pampilhos até às famosas Cornucópias. É tudo tão, tão, TÃO bom, que se não consegue resistir, fuja das imagens que lhe deixo em baixo enquanto é tempo.
A Alcoa nasceu em Alcobaça em 1957 para enaltecer a arte centenária dos doces conventuais e a tradição elogiando a memória dos Monges de Cister. Mas mesmo sendo uma marca sensível à historia os amantes de Lisboa estavam com algum receio, visto que a esquina da Rua Garrett com a Rua Ivens tinha sido em tempos uma Tabacaria onde Eça de Queiroz comprava os seus charutos mas também por a sua ultima versão ter sido criada pelo arquiteto Conceição e Silva, onde respiram os icónicos azulejos, nas fachadas e no interior do Mestre Querubim Lapa.
Da pesquisa dos saberes mais antigos e do estudo das actas dos conventos de Santa Maria de Alcobaça e de Cós confirmam-se muitas das melhores receitas da doçaria portuguesa. Uma tradição que se confirma na senda da preservação do património, agora no coração do Chiado e para ver na emissão desta semana.