I wander around the city and its escapes, discovering the experiences that are worthwhile in a world full of noise.
As a curator of the best of Portugal and sometimes as a World traveller, with more than twenty years of articles published, in the national and international press, and also as an TV Show. author, this is my digital magazine, where I present my curated collection of exquisite life experiences.

Sancha Trindade

Nas cidades do mundo existem rituais sagrados e convictos a uma cidade mais plena. O mercado biológico na Praça do Príncipe Real, ao Sábado de manhã é um desses momentos, onde os Lisboetas alcançam uma qualidade de vida mais inteira. Preservarmo-nos é bom e termos tempo para abrir o nosso lado mais criativo também. Em apenas cinco minutos a pé do mercado encontramos uma das lojas mais preciosas da cidade de Lisboa.

Do mundo e para o mundo, os encontros fazem-se em línguas ecléticas e sorrisos rasgados, não fosse a sua mentora uma das fadas madrinhas do comércio de rua desta cidade. Paralelamente à elegância da Luvaria Ulisses, na Fabrico Infinito existem candeeiros vintage, leques com penas, chapéus originais, música escolhida a dedo e uma esplanada, onde a alemã Tanja Baur oferece o mais sofisticado brunch da cidade.

O espaço é um achado, mas acima de tudo é quase sempre partilhado por estrangeiros que nunca passam indiferentes às originais montras da brasileira Marcela Brunken. Num destes dias, partilhei uma mesa, com um jornalista holandês e um fotógrafo sueco que faziam um artigo sobre “Lisboa alternativa, a cidade que promete”. Além da troca de impressões dos meus dias na antiga Batávia, descreveram fascinados a nossa capital, como “criativa, energética e tímida”.

À análise bem conseguida, acrescentaram a não compreensão de um bom plano de marketing a uma cidade surpreendente, que continua guardada como um tesouro aos olhos do mundo. Remataram com a frase “you already have the most difficult”… um facto inquestionável para inspirar os mentores e pioneiros desta Lisboa única.

coluna de opinião publicada a 24 de Outubro de 2008 no jornal Meia Hora