I wander around the city and its escapes, discovering the experiences that are worthwhile in a world full of noise.
As a curator of the best of Portugal and sometimes as a World traveller, with more than twenty years of articles published, in the national and international press, and also as an TV Show. author, this is my digital magazine, where I present my curated collection of exquisite life experiences.

Sancha Trindade

Numa das zonas de maior charme da cidade e inserido num plano que ronda os 145 milhões de euros para intervenções na frente ribeirinha da Baixa Pombalina e na zona dos bairros da Ajuda e Belém, o lindíssimo edifício onde habita hoje o Tribunal da Boa Hora no Chiado irá acolher um hotel.

A decisão de libertar o antigo convento da Rua Nova do Almada faz parte de um conjunto de edificações, que o Governo pretende vender, para concentrar no novo complexo de escritórios Office Park, no Parque das Nações, vinte e cinco serviços do Ministério da Justiça.

O antigo Convento da Boa Hora erguido no século XVII para morada de dominicanos irlandeses, depois de ter sofrido danos com o terramoto de 1755 foi recuperado por Eugénio dos Santos e Manuel da Maia, esses grandes nomes da Baixa Pombalina. Depois de ter servido de quartel ao Batalhão dos Voluntários do Comércio, de sede da Guarda Nacional Republicana e de ter sido transformado em tribunal há 165 anos, finalmente um hotel.

Como cartão-de-visita das cidades, os hotéis serão sempre segundas casas de onde se leva não apenas a palavra hospitalidade mas também a referência de uma morada que nos acolhe à exploração de uma Lisboa única na Europa.

Sem data ainda de venda e sem ter qualquer luz da entidade que irá explorar o projecto, oferece-se por estas linhas uma ideia luminosa para esta nova morada. Preciosa demais para ser mal implementada e porque acredito não apenas na alma do negócio, mas também no poder do factor surpresa, a quem de direito não hesite em contactar-me para oferecer a Lisboa um hotel lindo e com um imenso sentido de pátria.

coluna de opinião publicada  a 19 de Maio de 2008 no jornal Meia Hora